Leonardo Peracini

Currículo

• Educador Físico
• Consultor Empresarial
• Psicanalista
• Consultor pela Bradhon, membro da ALB de Araraquara, ocupando a Cátedra de Imortal n.59, MTD
• Enfermagem Psiquiátrica pela USP de Ribeirão Preto
• Especialista em Gestão Empresarial pela FGV
• Líder da disciplina de Gestão e Professor da Pós Graduação do Centro Universitário Moura Lacerda
• Palestrante no TEDx
• Fundador da Principal Escola Online do Mercado Fitness – EducaFit

A verdade que não te contaram sobre o mercado de Academias

Em 2016, o mercado fitness de Ribeirão Preto vem se expandindo, propiciando a chegada de redes de academias, cujo as quais, possuem uma maneira peculiar de operar no mercado. Investindo grandiosamente em estrutura, com aparelhagem de última geração, e ainda, com preços inimaginavelmente baixos, elas são chamadas de academias “Low Cost, Low Price” (baixo custo, baixo preço).

A entrada dessas academias ditas “Low Cost, Low Price”, causou extremo pânico para muitos proprietários de academias e empreendedores do setor fitness em Ribeirão Preto. Inclusive, muitos não sabemos se por arrojo ou desespero, aderiram a “moda”, e iniciaram uma competição sangrenta por baixos preços, a fim de conquistar a permanência e sobrevivência no mercado.

Infelizmente, muitos receberam como ameaça, aquilo que deveria ser recebido como um presente!

Você pode estar se perguntando, qual o motivo dessa afirmação?

As empresas que se sentiram ameaçadas ou amedrontadas, sentiram-se dessa forma por não conseguirem competir com esse novo modelo de operação? Acredito que sim, pois é de extrema complexidade, principalmente financeira, competir-se em estrutura com essas academias “Low Cost, Low Price”, pelo fato de que o preço, ainda parece ser o “valor” principal para o consumidor, para essa grande fatia que tem se aventurado na pratica de exercícios físicos, o que em contrapartida, para os donos das pequenas e médias academias, tudo tem se tornado um pesadelo, pois as “contas” ao final do mês não estão fechando.

Todavia, o que muitos empreendedores não enxergam é que eles podem competir e, deixar no “chinelo” essas academias “Low Cost, Low Price” investindo e aprimorando sua gestão técnica e seus serviços. Algo que, nitidamente, não existe nem possibilidade de se acontecer nestas academias “Low Cost, Low Price”.

O grande presente para Educação Física é o seguinte: ou as academias se profissionalizam cada vez mais, e investem em o que tem de ser investido, digo serviço. Ou simples, são engolidas!

Ou seja, se você perdeu algum aluno para essas academias, tenha certeza de que seu único diferencial hoje infelizmente é sua estrutura! Ou pelo menos para este aluno, foi!

Concomitante a isto, muitos empreendedores queixam-se da crise! O que eu posso te afirmar é que para nosso mercado ela não está nem próxima.

Para via de informação, peço que você siga meu raciocínio agora, e que deleite-se com as reflexões.

Ribeirão Preto possui de maneira estimada 700.000 habitantes.

Destes 700.000, aproximadamente 33% possuem ou sofrem de alguma doença cardiovascular. Ou seja, aprox.. 231.000 habitantes são cardiopatas. Quando digo cardiopatas, falo dos hipertensos, daqueles que sofrem de insuficiência cardíaca, já sofreram infarto agudo do miocárdio ou acidente vascular encefálico.

Sua equipe está preparada para atender esse público? Se sim, o que acredito ser muito difícil. Essa população cardiopata sabe disso?

Além disso, destes 700.000, aproximadamente 15% são diabéticos. Ou seja, cerca de 105.000 pessoas são diabéticas em Ribeirão Preto.

Será que nossas academias não possuem capacidade de atingir ao menos 1% destes diabéticos?

Ainda, destes 700.000 habitantes, 75% da população está acima do peso ideal ou é obesa. Ou seja, aprox.. 525.000 pessoas estão acima do peso ideal ou são obesas em Ribeirão Preto.

Será que minha academia está comunicando com esse público? Qual minha imagem para este público? Será que estamos preparados para transformar a vida dessas pessoas?

Inclusive, dos 700.000 habitantes de Ribeirão Preto, cerca de 80% dizem não realizar Atividades Físicas por não ter tempo! Ou seja, 560.000 pessoas dizem não ter tempo para realizar Atividades Físicas.

Será que vendo o percentual de pessoas que dizem não realizar atividade física por falta de tempo, eu ainda padronizo minha academia para treinos longos de 1 hora de duração?

Será que eu tenho padrão de montagem de programas de treino?

E o mais grave, em minha concepção é que de 700.000 habitantes em Ribeirão Preto, apenas 5% estão inseridos nas academias!

Ou seja, aproximadamente 35.000 pessoas em Ribeirão Preto estão inseridas nas academias.

Será que estamos em crise mesmo, com essa taxa mínima de penetração da população nas academias, ou o mercado está escancarado e cheio de oportunidades?

Será que eu especializei minha equipe para que recebam aqueles que estão fora, todavia, sofrem de alguma doença crônica não transmissível?

Ou será que estou no oceano vermelho, sangrando, tomando e dando facadas em meus concorrentes e competindo apenas por preços baixos e estrutura?

Com quem hoje, minha academia está comunicando: com os 5%? Ou com os 95%?

Será que o mercado está mesmo saturado?

Olhemos de maneira consciente para estes números.

Convido você a repensar: será que devemos temer a chegada das “Low Cost, Low Price”, ou devemos temer o nosso próprio ócio?