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Protocolo de exercícios reduz um dos sintomas mais incapacitantes da doença de Parkinson

. | postado em 26/10/2020

Alterações cerebrais associadas a um dos sintomas mais graves da doença de Parkinson podem ser amenizadas com nova proposta de estímulos motores e cognitivos.

Imagine ter seus movimentos congelados durante uma caminhada e não conseguir tirar os pés do chão. Essa é a sensação enfrentada por cerca de 80% das pessoas em estágio grave de Parkinson, doença degenerativa do sistema nervoso central que afeta o sistema motor, ou seja, a capacidade de o indivíduo se movimentar. Para reduzir quedas, fraturas e outros problemas decorrentes do congelamento da marcha, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e dos Estados Unidos desenvolveram um protocolo de exercícios físicos e cognitivos que melhora em 50% a ocorrência do sintoma.

A pesquisa foi realizada com 32 pessoas com Parkinson, divididas em dois grupos. No primeiro grupo, 17 pacientes passaram por 36 sessões do novo treinamento, que combina atividades de coordenação motora, força, estabilidade e cognição. O segundo grupo foi submetido ao protocolo tradicional de fisioterapia aplicado à doença. A proposta dos pesquisadores é que o uso de um treinamento mais complexo, com tarefas simultâneas,  estimula a capacidade de adaptação do cérebro, chamada neuroplasticidade. O novo protocolo também inclui momentos de indução da queda para que os pacientes trabalhem o medo de cair.

Os resultados são animadores. Análises por ressonância magnética indicaram que, nos pacientes submetidos aos novos exercícios, houve reativação de regiões do cérebro relacionadas com a marcha e com a postura, como o cerebelo e a região mesencefálica. A melhora cognitiva é associada a exames clínicos de movimentos. Pacientes que passaram pelo novo protocolo tiveram melhora de 51% no congelamento da marcha e de 58% na preparação da postura para o passo. Cerca de 20% deles também relataram melhor qualidade de vida após o tratamento. Já os pacientes da fisioterapia tradicional tiveram uma piora de 63% na frequência de congelamento da marcha e de 12% na preparação postural.

O estudo representa um avanço nas possibilidades de tratamento da doença. Atualmente, o congelamento da marcha é tratado com medicamentos ou com cirurgia de estimulação cerebral profunda, procedimentos caros ou com resultados inconclusivos. O protocolo de exercícios proposto pelos pesquisadores pode representar uma opção de custo menor e que melhora aspectos não apenas motores, mas também cognitivos dos pacientes.

O estudo foi liderado pela pesquisadora Carla da Silva Batista, da Escola de Educação Física e Esporte da USP, e foi publicado na revista científica Movement Disorders. As próximas etapas da pesquisa envolvem ampliar o teste para um número maior de pessoas e avaliar se os novos exercícios podem prevenir o aparecimento do sintoma em pacientes que ainda não desenvolveram congelamento da marcha.

FONTES

Artigo científico intitulado “A randomized, controlled trial of exercise for Parkinsonian individuals with freezing of gait”, publicado na revista Movement Disorders em 2020, de autoria de BATISTA Carla Silva-Batista, LIMA-PARDINI, Andrea e colaboradores.

Site do Hospital Albert Einstein

Matéria no site Agência Fapesp intitulada “Protocolo de exercícios reduz um dos sintomas mais incapacitantes da doença de Parkinson”, publicada em 17/07/2020.

Matéria no site G1 intitulada “Sintoma de Parkinson que ‘congela’ movimento pode ser contido com tratamento desenvolvido no Brasil”, publicada em 17/07/2020.

(Editoração: André Pessoni)

Fonte: https://ilhadoconhecimento.com.br/protocolo-brasileiro-de-exercicios-reduz-movimento-congelado-em-parkinson/

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