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EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: utilização da praia de Santos como ambiente de aprendizagem

Fala Mestre | postado em 05/06/2017

francisco

Francisco Finardi do Nascimento

Currículo

  • Licenciado e Bacharel em Educação Física (FEFIS)
  • Licenciado em Pedagogia (Faculdade Brasil)
  • Especializado em Educação Física Escolar (FMU), em Psicomotricidade Aplicada à Educação e Psicopedagogia (UNIMONTE) e em Educação Especial e Inclusão e Docência no Ensino Superior (Faculdade Brasil).
  • Atualmente é professor de Educação Física da Prefeitura Municipal de São Vicente e Santos, lecionando na Educação Infantil e Ensino Fundamental.
  • Tem experiência na área de Educação, com ênfase  Educação Física Escolar.
  • Atua no Projeto Mude o Impossível (Trabalho realizado com esportes Olímpicos e Paralímpicos)


EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: UTILIZAÇÃO DA PRAIA DE SANTOS COMO AMBIENTE DE APRENDIZADO

RESUMO

O Brasil tem 9.198 km de extensão litorânea, sendo que 7 km pertencem à cidade de Santos no Litoral Paulista, pois temos o privilégio de poder contar com uma excelente extensão de areia e o mar calmo na maioria dos dias. O presente estudo tem como objetivo verificar com qual frequência os professores utilizam a praia para ministrar aulas de Educação Física Escolar - EFE e procurar saber qual a opinião deles sobre o assunto, ou seja, se eles acham que a praia faz parte ou não desta atividade. A pesquisa foi direcionada a professores de Educação Física de escolas particulares. Afinal, a praia é a realidade de nossos alunos como é o rio ou a montanha para os alunos do campo. Você como professor, já se perguntou quantos alunos sabem nadar? O quanto podemos aprender neste ambiente (praia)? Quantos esportes posso praticar? Quantos posso aprender e ensinar? Quantas experiências os alunos terão? Participaram da pesquisa 28 professores de Educação Física de 15 colégios particulares de Santos onde pude constatar que uma boa parte da população escolar não tem aulas na praia devido a alguns fatores que inibem esta prática.

Palavras-chave: Educação; Educação Física Escolar; Praia; Psicopedagogia.

INTRODUÇÃO

Os objetivos e as propostas educacionais da Educação Física Escolar – EFE modificaram-se durante o último século e continuam sendo influenciadas e modificadas. Uma delas é a utilização de um ambiente diferenciado da quadra (praia) para a prática de aulas. Afinal, moramos em uma cidade com aproximadamente 7 km de extensão de praia.

Pergunto: os professores de EFE utilizam a praia para ministrar aulas de EFE? Os que não utilizam, qual o motivo?

Para responder a estas e outras perguntas, venho buscando respostas sobre EFE nos colégios particulares de Santos.

Constatou-se que existem alguns fatores que inibem esta prática. Por exemplo: responsabilidade voltada para a escola, deslocamento dos alunos e clima. Todavia, as causas mais frequentes da não utilização são: super proteção dos pais, segurança excessiva e proibição dos diretores.

Porém temos muitas vantagens como: promover o condicionamento físico, troca de experiências (professor/aluno e aluno/professor), variações de terreno e uma aula repleta de informações. Para colégios que possuem ou não quadra, a praia é excelente, pois mais de 15 esportes e jogos podem ser praticados. No entanto, apenas uma minoria da população escolar é beneficiada com aulas na quadra e também ao ar livre e com isso enriquecem ainda mais suas vivências.

REVISÃO DE LITERATURA

"A escola que conhecemos hoje é, na verdade, produto dos séculos XVII a XIX, quando começou a florescer a ideia da necessidade de educação pública obrigatória para todas as pessoas" (BARBOSA, 2001, p.24).

Barbosa cita Carvalho (1991) que afirma que a falta de consciência crítica impede o conjunto do professorado de Educação Física de compreender as “insanidades pseudofilosóficas” da intelectualidade, que enevoam e impossibilitam uma certa intimidade com os “saberes” próprios nas mais diversas áreas do conhecimento humano. Costa (2001), destaca que somos os únicos a nos preocupar com as condições meteorológicas. Só podemos ministrar aulas na praia se o tempo estiver favorável. Não podemos desviar nossos focos para outras coisas e não prestar atenção na nossa quadra natural. Cada um tem um perfil, um interesse, uma experiência de vida. E por que não aproveitá-los e transformar este perfil em realidade. 

Diante desses fatos, constata-se que há tempos o mais importante para as pessoas era o valor e a aparência, por isso, esqueciam-se do seu bem estar e das opções que podiam encontrar na própria natureza. A praia tem o tipo de terreno diferenciado da quadra da escola e o próprio ambiente faz com que os alunos apreciem melhor a aula de educação física uma vez que estão diante da energia que emana do sol e da brisa que vem do mar.

RESULTADOS E CONSIDERAÇÕES

O trabalho contou com a participação de 28 profissionais, média de 2 professores por colégio. Dos 28 participantes, 42,86% professores levam seus alunos à praia e 57,14% não levam ou não tem o costume de levar. O índice de respostas foi o seguinte: 6±51% responderam às vezes (AVZ), 2±17% sempre que os pais autorizam (SPA), 1±8% sempre (S) sempre que a escola autoriza (SEA) sempre que a escola e os pais autorizam (SEPA) outros (O), 0% 1X por semana e 1X por mês.

Porém, não ficamos somente nas “desvantagens” temos muitas vantagens como por exemplo, uma aula muito prazerosa e repleta de novas informações. Observou-se que no período da pesquisa, conforme diálogo com alguns professores e coordenadores, a grande maioria das escolas que antes não frequentavam a praia, pelo menos uma vez por mês estavam promovendo aulas na praia. Acredita-se que isso possa ser um sinal positivo. Entretanto, devemos aguardar para ver se a visão destes professores mudará após esse estudo. Com isso, espera-se que dessa maneira as aulas de Educação Física das escolas particulares de Santos possam ser diferentes e inovadoras.

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